domingo, 19 de junho de 2011


Entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, existe um portal. É a passagem, a fronteira entre a vida e a morte.Sua regente: Nanã. Senhora da morte, geradora de Iku (morte). Deusa dos pântanos e da Lama. Mãe  da varíola, regente das chuvas, Nanã é de origem Jeje, da religião da Dassa Zumê e Savê, no Daomé, hoje conhecida com República de Benin. A mais temida de todas os Orixás. A mais respeitada. A mais velha, poderosa e perigosa. Nanã é o encantamento da própria morte. Seus cânticos são súplicas para que leve Iku – a morte – para longe e quem  permite que a vida seja mantida. É a força da Natureza que o homem mais teme, pois ninguém quer morrer! Ela é a Senhora da passagem desta vida para outras, comandando o portal mágico, a passagem das dimensões. Nas casas de Santo, Nanã é extremamente cultuada e temida, pelo poder  que ostenta. É ela a mãe da varíola  e se faz presente  quando existe epidemia da doença. Nanã também está presente nos lodaçais, lamaçais, pois nasceu do contanto com água com a terra, formando a lama, dando origem à sua própria vida. Em terras da África, Nanã é chamada de Iniê e seus assentamentos (objetos sagrados) são salpicados de vermelho. Nanã é lama, é terra com contato com a água. Nanã também é o pântano, o lodo, sua principal morada e regência. Ela é a chuva, a tempestade, a garoa. O banho de chuva, por isso, é uma espécie  de lavagem do corpo, homenagem que se faz à Nanã, lavando-se no seu elemento. Por isso, não devemos blasfemar contra a chuva, que muita vezes estraga passeios, programas, compromissos, festas e acontecimentos. A chuva é a parte da vida, que vai irrigar a terra, Se ela cai demais, é porque a força da Natureza, Nanã, está insatisfeita. E, amigo... queira ver tudo, mas não queira ver a ira de Nanã. Posso lhe assegurar que não existe nada mais perigoso! Considerada a Iabá (orixá feminina) mais velha, foi anexada pelos iorubanos nos rituais tal a sua importância. Nanã é a possibilidade de se conhecer a morte para se ter vida. É agradar a morte, para viver em paz. Nanã é a mãe, boa, querida, carinhosa, compreensível, sensível, bondosa, mas que, irada, não reconhece ninguém. Nanã é o Orixá da vida, que representa a morte. E a isso devemos o máximo respeito e carinho.  Mitologia  Nanã, Senhora de Dassa Zumê, mãe de Obaluaê, Ossãe, Oxumarê e Ewá, elegante senhora, nunca se meteu preocupou com o que este ou aquele fazia de sua própria vida. Tratou sempre de si e dos filhos, de forma nobre, embora tenha sido sempre precoce em tudo. Entretanto, Nanã sempre exigiu respeito àquilo que lhe pertencia. O que era seu, era seu mesmo. Nunca fora radical, mas exigia que todos respeitassem suas propriedades. E, mas uma vez, vemos Ogum numa historia. Viajante, conquistador, numa de suas viagens, ogum aproximou-se das terras de Nanã. Sabia que o lugar era governado por uma velha e poderosa senhora. Se quisesse, não seria difícil tomar as terras de Nanã pois, para Ogum, não havia exercito, nem força que o detivesse. Mas  Ogum estava ali apenas de passagem. Seu destino era outro, mas seu caminho atravessava as terras de Nanã. Isto ele não podia evitar e nem o  importava, uma vez que nada o assustava e Ogum nada temia. Na saída da floresta, Ogum deparou-se com um pântano, lamacento e traiçoeiro, limite do inicio das terras de Nanã. Era por ali que teria que passar. Seu caminho, em linha reta, era aquele – por pior que fosse e não importando quem dominava o lugar. O destino e objetivo de Ogum  era o que realmente lhe importavam. Parou à beira do pântano e já ia atravessá-lo quando ouviu a voz rouca e firme de Nanã: - Esta terra tem dono. Peça licença para penetrar nela! No que Ogum respondeu em voz alta: - Ogum não pede, toma! Ogum não pede, exige! E não será uma mulher que impedira meu objetivo! - Peça licença, jovem guerreiro, ou se arrependerá!,   retrucou Nanã com a voz baixa e pausada. - Ogum não pede licença, avança e conquista! Para trás, velha, ou vai conhecer o fio  da minha espada e a ponta de minha lança! Dito isto, Ogum avançou pela pântano, atirando lanças com pontas de metal contra Nanã. Ela, com as mãos vazias, cerrou os olhos e determinou ao pântano que  tragasse o imprudente e impetuoso guerreiro. E assim aconteceu... Aos poucos, Ogum foi  sendo tragado pela lama do pântano, obrigando-o a lutar bravamente para salvar sua própria pele, debatendo-se e tentando voltar atrás. Ogum lutou muito, observado por Nanã, até que conseguiu salvar sua vida, livrando-se das águas pantanosas e daquela lama que quase o devorava. Ofegante e assustado, Ogum foi forçado a recuar, mas sentenciou: - Velha feiticeira! Quase me matou! Não atravessarei suas terras, mas  vou encher este de pântano de aço pontudo, para que corte sua carne! Nanã, impassível e calma, voltou a observar: - Tu és poderoso, jovem e impetuoso, mas precisa aprender a respeitar as coisas. Por minhas terras não passarás, garanto! E Ogum teve que achar outro caminho, longe das terras de Nanã. Esta, por sua vez, aboliu o uso de metais em suas terras.E, até hoje, nada por ser feito com laminas de metal para Nanã.  Dados Dia:Data: 26 de julho; Metal: latão; Cor: branco com traços azuis ou roxos; Partes do corpo: protege a barriga, o útero, a parte genital feminina, protege as mulheres gestantes; Comida: Aberem(milho torrado e pilado do qual é feito um fubá com açúcar ou mel), mugunzá; Arquétipo: tolerantes, mas implicáveis, maduros, lentos, firmes, bondosos, simpáticos, extremamente limpos e com temperamento artísticos; Símbolo: ibiri e os bradjas ( contas feitas com búzios, dois a dois, e cruzados nos peitos, indicando ascendente e descendente)
   
OBSERVAÇÃO:
Lembre-se que acima de tudo está o orí do iyawò. Iniciar alguém para Nanã é tarefa para poucos axés no Brasil, eu não me atreveria sem estar muito  segura e  bem orientada nesse Orô. Nanã é Abikú, Orixá ancestralizado., e só mulheres raspam nanãn, porém os guardiãs de Nanãn na África, segundo PIERRE VERGER, são homens,portanto kizila com homens não há..... Acredito  que seja axé matriarcal,tradição,  então  vamos respeitar.
Nanãn é o arquetipo das pessoas que agem com calma, benevolência, dinidade e gentileza. Das pessoas lentas no cumprimento de seus trabalhos e que julgam ter a eternidade à sua frente para acabar com os afazeres. Elas gostam das crianças as educam-nas, talvez, com excesso de doçura e mansidão, pois têm tendência a se comportarem com a indulgência das avós. Agem com segurança e magestade. Suas reações bem-equilibradas e a pertinência de suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça. (Pierre Verger)
Eu acrescentaria ainda que é uma guerreira de primeira, não usa camisú, adora um atacã bem amarrado para trás e dança magestosamente com Osogiyan na festa do pilão com todo prestigio de um orixá funfun, digna representante da Grande mãe Universal.
Nanã não vir quando se arria o amalá, está mais do que correto, não deve vir mesmo! Como também Xangô não virá no Orô de Nanã., Energias equidistantes e cultos independentes. Não existe Nanã que se confunda com Yemanjá, isso é invenção. Questão de associarem Nanã a velhice ou feiura não tem fundamento, Ela um orixa belíssimo, e não devemos confundir um orixa antigo com velhice.   Qualidades de Nanã
Nanã Abenegi: Dessa Nanã nasceu o Ibá Odu, que é a cabaça que traz Oxumarê, Oxossi Olodé, Oya e Yemanjá.
Nanã Adjaoci ou Ajàosi: É a guerreira e agressiva que veio de Ifé, as vezes confundida com Obá. Mora nas águas doces e veste-se de azul.
Nanã Ajaepá: É a guardiã que mata, vive no fundo dos pântanos, é um Orixá bastante temido, ligado a lama, a morte, e a terra. Veio de Ajaepá. Está ligada aos mistérios da morte e do renascimento. Destaca-se como enfermeira; cuida dos velhos e dos doentes, toma conta dos moribundos. Nela predomina a razão.
Nanã Asainan: Provisoriamente sem dados conclusivos a este caminho do Orixá Nanã.
Nanã Buruku: Também é chamada Olú waiye (senhora da terra), ou Oló wo (senhora do dinheiro) ou ainda Olusegbe. Este Orixá veio de Abomey; ligado à água doce dos pântanos, usa um ibirí azul.

Nanã Obaia ou Obáíyá: É ligada a água e a lama. Mora nos pântanos; usa contas cristal vestes lilás e veio do país Baribae.

Nanã Omilaré: É a mais velha, acredita-se ser a verdadeira esposa de Oxalá. Associada aos pântanos profundos e ao fogo. É a dona do universo, a verdadeira mãe de Omolu Intoto. Veste musgo e   cristal.
Nanã Savè: Veste-se de azul e branco, e usa uma coroa de búzios.
Nanã Ybain: É a mais temida. Orixá da varíola. Usa cor vermelha, é a principal, come directo na lagoa, dando origem a outros caminhos. Para chamá-la, a yalorisá, tem que ir batendo com seus otás para fazê-la pegar suas filhas.
Nanã Oporá: Veio de Ketu, coberta de òsun vermelho. É a mãe de Obaluaiyê, ligada a terra, temida, agressiva e irascível.

sábado, 18 de junho de 2011


Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em
mente que expressem sua opinião...
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que
realamente queremos dizer.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas
circunstâncias...
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus próprios
erros.
Fácil é fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja
ouvir...
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer a
verdade quando for preciso.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar
sobre a mesma...
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o
deixa irritado...
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente o
conhece.
Fácil é viver sem ter que se preocupar com o amanhã...
Difícil é questionar e tentar melhorar suas atitudes
impulsivas e às vezes impetuosas, a cada dia que passa.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos
camuflar...
Difícil é mentir para o nosso coração.

terça-feira, 14 de junho de 2011

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA E RACISMO



Intolerância religiosa é um termo que descreve a atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade em reconhecer e respeitar as diferenças ou crenças religiosas de terceiros. Poderá ter origem nas próprias crenças religiosas de alguém ou ser motivada pela intolerância contra as crenças e práticas religiosas de outrem. A intolerância religiosa pode resultar em perseguição religiosa e ambas têm sido comuns através da história. A maioria dos grupos religiosos já passou por tal situação numa época ou noutra.

No Brasil

Aos Cultos Afro-Brasileiros
Os cultos afro-brasileiros foram perseguidos e criminalizados durante longo período da história brasileira.
Em um país de maioria absoluta de católicos, a prática religiosa negra e a Umbanda reformada, mesmo ampliando suas linhas e aproximando-se do folclore, foram duramente perseguidas pelas delegacias de costumes até a década de 60 do século XX.

Ainda sob outras denominações, a umbanda estava incluída no rol dos inimigos do catolicismo já nos anos 40 do século XX.

Devido ao surgimento e proliferação da Umbanda, a Igreja Católica Romana chegou a criar em 1952 um Secretariado Especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, com o objetivo de enfrentar o crescimento do número de fiéis da Umbanda e demais “cultos mediúnicos”. Tal subdivisão foi denominada de Secretariado Nacional de Defesa da Fé.

Para os católicos, o homem brasileiro (comumente chamado de “homem de cor”) praticante de umbanda encontrava-se em uma situação marcada pela misériamaterial e moral. Exemplo desse posicionamento está na entrevista dada em 1957 pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, à Rádio Gaúcha sobre as atividades da Umbanda no Rio Grande do Sul e transcrita na revista da arquidiocese de Porto Alegre.
A Umbanda é a revivescência das crendices absurdas que os infelizes escravos trouxeram das selvas de sua martirizada pátria africana. Favorecer a Umbanda é involuir, é aumentar a ignorância, é agravar doenças.
A Igreja Católica, sempre com voz em espaços laicos da imprensa, usou esse lugar privilegiado buscando tornar pública uma representação da Umbanda como a negação pura e simples da verdade aceita socialmente. Em um cenário nacional em que o desenvolvimentismo era posto como o objetivo visado, o catolicismo buscou uma vinculação da Umbanda com o atraso, a marginalidade, e a incultura.

Boaventura Kloppenburg, considerado o mais conhecido e influente intelectual católico do período, com argumentos pseudo-científicos assim descrevia os cultos afro-brasileiros, chegando até mesmo a dizer que eles eram "inconstitucionais":

“Perguntamos, anos atrás, a um grupo de médicos psiquiatras e especialistas em doenças nervosas se é aconselhável, sob o ponto de vista psíquico e médico, “desenvolver a mediunidade” ou “provocar fenômenos espíritas”. E todos, com absoluta unanimidade, responderam negativamente, declarando que semelhantes práticas são “nocivas”, ”prejudiciais”, “perigosíssimas”, etc. (...) São clamores das autoridades competentes a gritar que as práticas espíritas e umbandistas contrariam a ordem pública, e que, por isso, são contra a Constituição que veda expressamente o exercício da “religião” que “contraria a ordem pública.

Mesmo não sendo mais vítimas dessa perseguição pelas autoridades constituídas, a partir do final do século XX começaram a sofrer com ataques sistemáticos movidos por igrejas neopentecostais. Estes ataques vão desde manifestações de intolerância em cultos e programas religiosos (como os da Igreja Universal do Reino de Deus e do pastor R. R. Soares) podendo chegar até mesmo às agressões físicas contra praticantes dos cultos afro-brasileiros.
Texto extraído do site: http://pt.wikipedia.org

MEU ODU

 EJONILÊ MEJI - a impaciência e a agitação

Regente: Oxaguiã com influências de Xangô, Oxum e Oxossi
Elemento: Ar
Pessoas com esse ODU são dedicadas e honestas e levam uma vida quase sem sofrimentos. Mas estão sujeitas a acidentes graves. Amam com intensidade e têm amizades sinceras. Quando são repudiadas ou sofrem uma traição, podem se tornar vingativas. Devem evitar o consumo de álcool e de carne vermelha e se vestir de branco nas sextas-feiras. Seu ponto vulnerável é o sistema nervoso central.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

FAMÍLIA A BASE DE TUDO
"Nossa vida se completa quando além de sermos bem sucedidos naquilo que gostamos de fazer, temos ao nosso lado uma pessoa com quem podemos dividir nossas alegrias e conquistas."